Geral As tendências que marcam o imobiliário de luxo em 2025 Especialistas apontam as principais mudanças que definem o futuro da habitação de luxo. 15 abr 2025 min de leitura O mercado imobiliário de luxo está a transformar-se, acompanhando as exigências de um público cada vez mais seletivo e atento à inovação. A personalização dos espaços, a integração de tecnologia discreta, a sustentabilidade e a procura por imóveis que promovam bem-estar tornaram-se fatores decisivos para este segmento. O conceito de Quiet Luxury, que privilegia um luxo mais subtil e focado na qualidade e conforto, tem vindo a ganhar força, enquanto a procura por imóveis sustentáveis e tecnologicamente avançados cresce a cada dia. O idealista/news ouviu vários especialistas para perceber as tendências que estão a moldar o mercado premium em Portugal. Verifica-se um aumento do interesse por espaços amplos, localizados em áreas mais tranquilas e rodeadas pela natureza, bem como pela valorização de património histórico em centros urbanos. Ao mesmo tempo, os condomínios turísticos de luxo, explorados por marcas hoteleiras, consolidam-se como uma alternativa atrativa para investidores internacionais. Além disso, o novo perfil de comprador exige cada vez mais sofisticação, discrição e funcionalidade, que está a resultar numa nova e significativa reinterpretação do conceito de habitação de luxo. Personalização e exclusividade Segundo Jorge Costa, COO da Quintela e Penalva | Knight Frank, a personalização tornou-se um dos pilares do segmento de luxo. Os compradores desejam imóveis adaptados às suas necessidades e estilo de vida, recorrendo a arquitetos e designers para criar espaços únicos. “Por exemplo, casas de banho e cozinhas desenhadas à medida, quartos de vestir concebidos milimetricamente e com uma atenção a cada detalhe, ginásios, salas de cinema…são tendências que combinam a arquitetura, a comodidade e a tecnologia”, refere. Uma opinião partilhada pelos especialistas da Invicta Park. “A personalização é essencial, com layouts que podem ser adaptados às necessidades e preferências do comprador”, apontam. Quiet Luxury: o novo conceito de sofisticação discreta Destaca-se ainda a ascensão do conceito de Quiet Luxury, uma abordagem mais discreta e funcional do luxo. “Uma tendência cada vez mais forte é o quiet luxury, que envolve uma aposta na qualidade de vida e discrição máximas”, comenta Filipa Frey-Ramos, diretora da BARNES International Realty. “Representa uma mudança em direção a um luxo menos ostensivo e mais focado na qualidade, durabilidade e conforto. Este estilo privilegia design minimalista, materiais naturais de alta qualidade e uma integração harmoniosa entre o interior e o exterior”, acrescenta Telmo Azevedo, Co-Head of Residential JLL Portugal. O objetivo é proporcionar uma experiência sensorial e acolhedora, sem uma opulência excessiva. Sustentabilidade e eficiência energética A sustentabilidade é um fator cada vez mais relevante para os investidores em imóveis de luxo. Os compradores europeus valorizam edifícios sustentáveis, desde a eficiência energética até aos materiais ecológicos e ao aproveitamento de recursos naturais. Propriedades com certificações ambientais e sistemas de gestão eficiente do consumo energético são altamente procuradas. João Cília, CEO da Porta da Frente Christie’s, nota que na nova construção, a sustentabilidade dos edifícios é também algo cada vez mais valorizado, em especial por clientes europeus. "A sustentabilidade é analisada a vários níveis, seja energético, nos materiais utilizados, no modelo de construção, entre outros”, sublinha. Neste âmbito, Sara Infante, Partner & Founder da Infante & Riu – Portugal Real Estate, acrescenta que a “comprovada utilização de boas práticas de isolamento térmico e do respeito pelas melhores especificações antissísmicas nos princípios base e estruturantes das construções” é outra tendência. Integração de tecnologia e casas inteligentes O papel da tecnologia no mercado de luxo continua a evoluir, com soluções cada vez mais discretas e integradas. A tecnologia não deve ser invasiva, mas sim uma aliada no dia a dia dos moradores, tal como explica Ana Jordão, Residential Business Development Director da Savills. “A automação residencial e a inteligência artificial desempenham um papel central, permitindo o controle remoto de iluminação, climatização e segurança, oferecendo maior conforto e conveniência”, diz. Telmo Azevedo sublinha que a tecnologia continua a ser uma componente importante, “mas de forma discreta.” “Automação residencial, sistemas de controlo de iluminação e temperatura, e segurança avançada são integrados sem interferir na estética dos espaços, promovendo funcionalidade e conforto sem excessos visuais”, adianta. Bem-estar e infraestruturas de lazer A procura por espaços mais amplos e em contacto com a natureza também está em alta. Filipe Lourenço, da Private Luxury Real Estate, salienta que os clientes valorizam imóveis que conciliem proximidade urbana com acesso a zonas verdes, praia ou campos de golfe. “Os nossos clientes procuram sempre conforto, tecnologia e praticidade/equilíbrio entre a vida profissional e pessoal. Estar próximo do centro da cidade, mas, simultaneamente, ter golfe, praia ou montanha próximos, são altamente valorizados”, refere o responsável. Os especialistas da Invicta Park sublinham ainda a importância do bem-estar, com ginásios privados, spas e salas de meditação cada vez mais presentes em projetos de luxo. “Propriedades de luxo agora são criadas como verdadeiros santuários pessoais, com ginásios, espaços de coworking elegantes e áreas de lazer intimistas”, sublinham. Uma visão partilhada por Ana Jordão, da Savills, que aponta as salas de meditação e até cinemas em casa como novas comodidades que respondem “à procura por uma experiência de vida mais integrada e sofisticada”. “Para além de valorizarem muito um espaço exterior que possam realmente usar, os clientes procuram cada vez mais espaços amplos, com janelas grandes, luz natural e bons volumes. Muito importante haver espaço para estudar e trabalhar, e para atividades de lazer”, acrescenta Filipa Frey-Ramos, da BARNES. Dos imóveis históricos à arquitetura moderna João Cília observa uma tendência contínua na valorização de imóveis históricos, situados em centros urbanos, mas adaptados às exigências modernas. “A procura por imóveis históricos, que mantenham a traça original do edifício e algumas das características arquitetónicas originais, é uma das principais tendências. Geralmente, os mesmos estão situados nos centros históricos das grandes cidades, com localizações privilegiadas e muitas vezes vistas desafogadas, que permitem usufruir da vida tradicional do bairro”, revela. Apesar disso, quanto aos designs e layouts finais de arquitetura interior e exterior, continua a destacar-se, segundo Sara Infante, uma “inequívoca maior procura pelos imóveis novos e modernos, de características arquitetónicas simples e que integram a natureza numa relação próxima com a habitação”. “As amplas superfícies vidradas e a facilidade da conectividade interior – exterior, a domótica na gestão do espaço vivido são cada vez mais o foco”, explica. Daniela Rebouta, Sales Director da Engel & Völkers Lisboa, Oeiras e Setúbal, confirma ambas as tendências e procura diversificada, desde "clientes que procuram imóveis novos, renovados, segunda mão e outros que procuram imóveis que mantêm a traça antiga". Ainda relativamente aos tipos de imóveis, Paulo Trapola, Head of Real Estate Investments/Advisor da Exclusive Lisbon Real Estate Hospitality, destaca "as penthouses, lofts e apartamentos em prédios com piscina, ginásio e spa". Em suma, e segundos os players ouvidos, os mercado de luxo em 2025 não se resume apenas ao requinte estético e à exclusividade. Há uma clara evolução para espaços mais sustentáveis, tecnológicos e adaptáveis ao bem-estar dos seus moradores. O equilíbrio entre tradição e inovação, aliado a uma abordagem mais consciente e personalizada, reflete o perfil do novo consumidor de luxo: exigente, sofisticado e atento ao detalhe. Fonte: Idealista Geral Partilhar artigo FacebookXPinterestWhatsAppCopiar link Link copiado